História Breve de Grupos e Nações de Maracatu

BATUQUE ESTRELADO

1997

Iniciaram-se os primeiros ensaios, sob a supervisão de Walter França,mestre de batuque do Maracatu Estrela Brilhante. Os ensaios aconteciam aos domingos, na quadra coberta do Núcleo de Educação Física e Desportos da UFPE. No final do ano, recebendo o apoio do Mestre Salustiano, os ensaios passam a acontecer no Ilumiara Zumbi, sob a coordenação de Ruy Bandeira.

1998

O Batuque Estrelado faz sua primeira apresentação desfilando no carnaval de Olinda. A partir daí, passou a se apresentar com freqüência, em eventos como o aniversário do Maracatu Piaba de Ouro e a tradicional Festa da Pitomba em Jaboatão dos Guararapes. No mês de agosto, aconteceu a primeira apresentação fora do estado de Pernambuco, no Encontro de Cultura Popular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

1999

Desfila no carnaval de Olinda, com 12 integrantes.

2000

Desfila no carnaval de Olinda, com 15 integrantes.

2001

Este ano marca a evolução do Batuque Estrelado, que passa a contar com 30 integrantes, entre batuqueiros e dançarinas (baianas) e ganha novo estandarte e novas fantasias. Os ensaios passam a ser no Sítio da Trindade, em Casa Amarela, Recife.

2002

Agora contando com 50 integrantes, o Batuque Estrelado possui uma corte, formada por rei, rainha, princesa, vassalo e baianas. Seu crescimento e aumento de popularidade o leva a participar do Encontro de Maracatus no Sitio da Trindade (em janeiro), junto com maracatus tradicionais como o Estrela Brilhante do Recife, o Maracatu Porto Rico, o Cruzeiro do Forte, o Cambida Estrela e o Encanto da Alegria. No mês seguinte, em pleno carnaval, junta-se a maracatus consagrados, como o Piaba de Ouro, o Estrela Brilhante de Igarassu (o mais antigo do Brasil) e o Leão Coroado, num memorável evento no Espaço Ilumiara Zumbi. No mesmo mês, animou foliões do bloco da Level Comunicação e da festa realizada no Kaiser Boat, navio da empresa multinacional Coca-Cola

NAÇÃO PERNAMBUCO

O Maracatu Nação Pernambuco foi fundado no dia 15/12/1989, no Clube Vassourinhas de Olinda, com o objetivo de revitalizar e difundir o potencial histórico, artístico e carnavalesco da cidade de Olinda e do Estado de Pernambuco, a partir do universo da manifestação do maracatu.

Em sua trajetória de realizações, o Nação, como carinhosamente é chamado, desenvolve um trabalho construído a partir da diversidade e resistência das culturas negra, cabocla e brasílica, de origem popular. Tratando-se de uma agremiação cultural carnavalesca de fantasia e tradição, sua função natural é promover a inclusão social, oportunidade de trabalho e a conseqüente arrecadação, no sentido de proporcionar lazer e interação socioculturais para toda gente.

Cumprindo o dever de Embaixador da cultura pernambucana (música, dança e fantasia dramática), o Nação realizou diversas temporadas, apresentando-se em grandes festivais ocorridos no Brasil e em vários países da Europa, Estados Unidos e China.

NAÇÃO ESTRELA BRILHANTE DE RECIFE

A Nação do Maracatu Estrela Brilhante esteve sediada em três comunidades desde a sua origem em Recife. A primeira delas foi em Campo Grande (1906 a 1966), a segunda o Alto do Pascoal – Água Fria (1969 a 1990 aproximadamente) e a terceira desde 1993 em Casa Amarela (na comunidade de Padre Lemos até 1994, e a partir de 95, no Alto José do Pinho, até os dias de hoje). O fundador do Estrela Brilhante foi o Cosme Damião Tavares, conhecido por “Seu Cosmo” – “um homem negro, feito um africano” – natural de Igarassu, nascido na segunda metade do século XIX. Era pescador e veio residir em Recife com o propósito de negociar com a criação e venda de peixes, tendo falecido em 1955.

Após o falecimento de “Seu Cosmo”, o Maracatu Nação Estrela Brilhante continuou a participar do Carnaval do Recife, com a direção de sua esposa, Dona Assunção. Com sua ausência tornou-se cada vez mais difícil sobreviver aos obstáculos pelos quais passavam todos os maracatus na década de 60 (período de declínio das agremiações carnavalescas, por conta da falta de recursos financeiros, frutos da queda do poder aquisitivo, principalmente nas camadas populares).

Poucos anos depois, por volta de 1969/1970, o Estrela Brilhante passou para a comunidade do Alto do Pascoal. A partir de 73, após ter pasado por um período de estabilização em sua nova comunidade, recebe como rainha a yahlorixá Maria Madalena, que aos poucos, com sua forte personalidade, passou a liderar a Nação e conquistar com seu carisma a opinião pública, pois todos queriam vê-la em desfiles pelas ruas do Recife.

No início dos anos 90, estando o Sr. José Martins de Albuquerque, já idoso e doente, sem recursos para manter a agremiação, por sua vez repassou-a para o Sr. Lourenço Molla. Este artísta plástico e carnavalesco, acompanhado por um número considerável de pessoas vindas do Leão Coroado, da Escola de Samba Gigante do Samba e de outros grupos populares da comunidade, reiniciam em 1993 no bairro de Casa Amarela (na comunidde de Padre lemos até 1994) uma nova fase de vida para o Estrela Brilhante.

Até que depois do carnaval de 1995, o Estrela Brilhante passou a ser presidido pela atual rainha Marivalda Maria dos Santos, tendo como sede a sua própria casa, no Alto José do Pinho. Juntamente com o babalorixá e rei do maracatu, Jorge de Xangô, ela vai de forma vigorosa retomando antigos costumes. A Rainha Marivalda com uma postura séria, retoma as raízes do Estrela Brilhante com a ajuda de pessoas que detém o conhecimento a respeito do passado histórico e religioso da Nação Estrela Brilhante.

Desde então o Estrela Brilhante vem conquistando a admiração e o respeito do público pernambucano com seu batuque contagiante e inigualável, guiado pelo Mestre Walter; o carisma e a força da Rainha Dona Marivalda e os esforços apaixonados de toda uma Nação que se orgulha de ser ESTRELA BRILAHNTE!

Por tudo isso, o Maracatu Nação Estrela Brilhante teve a oportunidade de em 1996, registrar toadas de seu repertório no CD Amazônica (Diretor musical, Miguel Kertsman) produzido pela Sony Music; do CD Pernambuco em Concerto (África Produções); e mais recentemente, participou da EXPO 2000 em Hannouver (Alemanha) e outros conceituados Festivais, em países da Europa (França, Espanha, Portugal).

No segundo semestre de 2001 e Estrela Brilhante enfim conseguiu realizar um grande sonho, não só dele, mas de todos os Maracatus de baque virado de Penambuco: gravar um CD unicamente com toadas e baques do maracatu.

No carnaval de 2002 o Estrela Brilhante consegue atingir o primeiro lugar, junto com a Nação Porto Rico, no desfile da Federação Carnavalesca, e coroa com essa vitória todo o tabalho cumprido até hoje.

Bem, essa é a história da Nação Estrela Brilhante, uma história de muitas lutas e de muita dedicação na manuntenção do legado espiritual e material do maracatu em Pernambuco.

Escrito por:
Virgínia Barbosa e Maria Cristina Barbosa

NAÇÃO ESTRELA BRILHANTE DE IGARASSU

O Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, assim como tantos outros maracatus de Pernambuco, tem uma enorme dificuldade em precisar sua data de fundação. Sabe-se que desde o início da colonização, em Itamaracá e Igarassu, praticavam-se os ritmos e danças nagôs, passados de pai para filho e cantados nos rituais de candomblé pelos negros escravos. Em pesquisas realizadas através de documentos nas igrejas da região, tem-se a informação de que em 1730, data a existência do que pode ser hoje o Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu, fazendo-se o mais antigo de todo Brasil. Como contava a antiga matriarca do Folguedo, Dona Mariú (falecida em 2003 aos quase 105 anos de Idade) a partir de 1824 é que o Maracatu passou para os pais, sendo posteriormente repassado para si e para o seu marido, Sr. Neusa, Mestre da Nação. Dona Mariú passou por todo o século XX ouvindo as loas cantadas pelos seus pais no Maracatu que posteriormente herdaria, passando décadas sob seus cuidados e os cuidados de Dona Emília (a Boneca ou Calunga). Hoje, a Matriarca do Estrela Brilhante de Igarassu é Dona Olga, filha de Dona Mariú, mãe da antiga e acolhedora Nação. Com seu filho e Mestre Gilmar, Dona Olga divide as responsabilidades de manter a tradição. Maracatu é muito mais que tradição cultural, é compromisso ancestral. Quando os batuqueiros de um Maracatu Nação entoam uma loa, não são apenas as suas vozes que ouvimos clamar, mas as de todos os seus ancestrais que bradam um grito de resistência em forma de arte. Dona Mariú faleceu aos 104 anos de idade e com ela levou grande parte da musicalidade e da história da Nação do Maracatu Estrela Brilhante de Igarassu. Contudo, ficaram seus filhos e, com Dona Olga, que canta e nos encanta com um dos mais fortes ritmos pernambucanos.

Semelhantes Contatos:Presidente Dona Olga de Santana

maracatuestreladeigarassu@gmail.com 3543.1873
Produção Cultural e Executiva Dani Bastos
danibastos30@gmail.com 9133.3571 – 3422.7277

Selo de Gravação unsigned

Tipo de Selo Nenhum

Fonte: www.myspace.com/maracatuestrelabrilhantedeigarassu

NAÇÃO PORTO RICO

Após uma longa existência na cidade de Palmares, a Nação Porto Rico entrou em declínio, reaparecendo algum tempo depois no Recife, onde se reorganizou no bairro de Água Fria, sob a liderança de Zé da Ferida, com o apoio de Pereira da Costa e da COC (Comissão Organizadora do Carnaval). Durante anos participou dos desfiles de carnaval até que a repressão às manifestações afro-brasileiras foi imposta, fragmentando os grupos organizados, em especial as Nações de Maracatu. O assentamento em livro do registro oficial desta
Nação data de 7 de Setembro de 1916, porém numa citação de Pereira da Costa, encontra-se a publicação de uma nota em um jornal recifense de 1914: “Fez ontem seu dendê, em frente e nossa tenda de trabalho, o velho maracatu Porto Rico”.
Com a morte de Zé da Ferida, na década de 50, o maracatu foi recolhido para museu ficando adormecido, até que em 1967, o Rei Eudes Chagas, com o apoio de Luiz de França, Veludinho e a antropóloga Catarina Real, rebatizando-o como Porto Rico do Oriente referencia a Mãe África, saindo nas ruas no carnaval de 1968, sagrando-se campeão, recebeu como presente de um barqueiro e artesão do Pina o símbolo da Nação, a Caravela Santa Maria e dois barcos menores, Pinta e Nina. Restabelecida a Nação, sob a liderança de Eudes, Babalorixá e rei do Porto Rico do Oriente, o maracatu viveu um período de grande ascensão, agregando a comunidade do Pina, a Nação que se constituiu Porto Rico de nossos dias. Com a morte do Rei Eudes Chagas, em 1978, mais uma vez o maracatu foi recolhido ao museu, uma prática dos folcloristas da época, que não respeitavam e não davam o tempo necessário a sucessão do Rei morto. Situado desde 1980 na Macaia de Oxósse, na Rua Eurico Vitrúvio, 483, no bairro do Pina. Sob o comando da Babalorixá Rainha Elda Viana, a única Rainha viva coroada na Igreja do Rosário dos Homens Pretos, no bairro de Santo Antonio, Recife. A Nação de tradição Nagô tem como Rei Tata Raminho do Oxósse. O baque da Nação do Maracatu Porto Rico é conhecido como “O baque das ondas”, devido a sua execução cadenciada, pausada e dolente, recheada com variações vibrantes, lembrando o movimento das ondas do mar.
[texto retirado do CD]

NAÇÃO CAMBINDA ESTRELA

Maracatu de Baque Virado
fundando 1935
Fundador: Manoel Martins da Silva
Recife/Pernambuco/Brasil)

Campina do Barreto – Recife
Mestre Ivaldo Marciano de França Lima

Nasceu em 1935 (no dia 07 de setembro) no alto santa Isabel, no bairro de Casa Amarela, na cidade do Recife.

Inicialmente como sendo de baque solto (ou de lança) Cambinda Estrela mudou o baque em 1953 atendendo as pressões da federação carnavalesca de Pernambuco. Desde esse ano, o Cambinda Estrela passou a fazer parte do carnaval recifense como sendo uma nação de baque virado e os seus desfiles ainda são lembrados por muitos que viveram esta época : famosos foram os desfiles feitos nos anos 70 com o carnavalesco Mario Miranda e brilhantes foram os campeonatos conquistados no ínicio desta mesma década (Cambinda Estrela foi campeão do carnaval de 1970).

Os muitos carnavalescos do Recife suspiravam quando falavam no Cambinda e diziam ser este um dos mais belos maracatus existentes na cidade.

Entretanto, nem tudo são flores e com a chegada dos anos 80, o Cambinda Estrela vai entrando em um processo de decadência e termina por ir “ao
museu” ou ser desativado já em 1988.

Após muitos anos distante das ruas e do carnaval da cidade do Recife, o Cambinda Estrela é reativado em 1997, mais precisamente no dia 02 de outubro.

Fruto de uma cooperação entre alguns estudantes da universidade federal de Pernambuco e diversos brincantes de maracatu da comunidade de Chão de
Estrelas, o Cambinda Estrela retornou às ruas e com muita maestria, desfilou no ano de 1998 no 2º grupo sagrando-se o campeão e ganhando o direito de ascender ao grupo 1ªB já no ano de 1999. O Cambinda Estrela mais uma vez honrou as suas tradições de luta e novamente conquistou o título de campeão, mesmo tendo os integrantes da Federação Carnavalesca sido contra e querendo que outro maracatu o fosse. Cambinda Estrela incomodava por não querer favores e por estar ao lado das reivindicaões de sua comunidade, posicionando-se assim contra o prefeito da cidade do Recife. Após um golpe estatutário dado na Federação carnavalesca, o Cambinda Estrela mesmo tendo sido campeão não teve o direito de ascender a 1ª categoria e por isso disputou novamente o 1ºgrupo B no ano 2000, sendo novamente campeão e levando uma pequena multidão de foliões às ruas de Chão de estrelas na comemoração do título (diziam os populares: nem com prefeito,tem jeito não Cambinda Estrela é de novo o campeão!!)

O Cambinda Estrela destaca-se dos demais maracatus por ter uma relação estreita com as lutas sociais de sua comunidade: é o único maracatu de baque virado com uma proposta para a ressocialização de jovens e adultos do bairro. Nesta proposta, se inclue a luta para alfabetizar os muitos garotos e adolescentes dentro de uma proposta de combate a marginalização e ao tráfico de drogas: O Cambinda Estrela possue alguns grupos que tentam fazer com que os jovens não entrem na criminalidade e exerçam a música como forma de reconstrui-se enquanto cidadão.

Ensinar a ler e escrever combatendo as drogas não são as únicas preocupações do Cambinda Estrela: a resistência no sentido de preservar as tradições do povo pernambucano e ensinar aos mais jovens a tocar os instrumentos, dançar, cantar e confeccionar os figurinos são outras preocupações do maracatu.

Entre todas as nações de maracatu da cidade do Recife, o Cambinda Estrela é a única que tenta a todo custo fazer a ligação entre a necessidade de mudar e a manutenção das tradições culturais.

O Cambinda Estrela é raça : no ano 2000 teve quase todo o seu figurino destruído pelas fortes chuvas que atingiram a comunidade no mês de agosto e já no carnaval de 2001, saía novamente às ruas com quase 300 figurantes.
As dificuldades são muitas, mas o Cambinda Estrela leva a sério as lições dadas pelos quilombos de Palmares e Catucá, resistindo e implementando o seu projeto de defesa das tradições de um povo e de lutar pela melhoria da qualidade de vida das pessoas de sua comunidade.

FONTE:http://www.maracatu.de/ce/index2.htm

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