O Vocabulário dos Maracatus

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Aqui estão algumas explicações sobre o sentido e o significado de algumas palavras, vale lembrar que esta é uma questão delicada e as vezes existem várias leituras sobre a mesma palavra ou termo.

Cabinda (ou cambinda)

1. Cabinda ou cambinda foi a denominação inicial do Maracatu. Uma de suas antigas toadas afirmava: “Porto Rico é a nação brasileira!”. Aludia às antigas povoações africanas: Porto Rico, em Santo Antonio do Zaire, e Porto Rico em Cabinda.

[fonte: Dicionário do Folclore Brasileiro]

Calunga do Recife

1. Até os nossos dias a Calunga faz parte do ritual do maracatu, encarnando nos seus axés a força dos antepassados do grupo. Em sua honra são cantadas, ainda dentro da sede, as primeiras loas, quando a Calunga é retirada do altar pela dama-do-paço e passa às mãos da rainha, que a entrega à baiana mais próxima e assim se sucede, de mão em mão até retornar novamente às mãos da soberana.
No Maracatu Elefante, pesquisando entre 1949-52 pelo musicólogo Guerra Peixe, três calungas se destacavam: Dona Emília, Dom Luis e Dona Leopoldina.

[fonte: Fundação Joaquim Nabuco. http://www.fundaj.gov.br/]

2. Boneca de pano, madeira, osso, metal; desenho representando a forma humana ou animal.

[fonte: Dicionário do Folclore Brasileiro]

Dama do Paço

Chamam a Dama do Paço, quando esta carrega apenas uma boneca, um calunga, e vai dançando e saudando com a boneca, pedindo, mundamente dinheiro.

[fonte: Dicionário do Folclore Brasileiro]

Saramuná

1. Parece querer dizer requebrar, dançar.

2. Seria um coquinho muito comum no nordeste mas praticamente desconhecido em outras regiões brasileiras.

3. Parece querer dizer reza forte, proteção, uma prática que se faz a fim de se tirar mal olhado e proteger o baque de qualquer possível agrura.

4. Viria de uma corruptela do nome do peixe Saramunete e o correto seria “eu vou para Luanda, vou pescar saramuná

[Fonte: Glossário Maracatu Lua Nova.

CRÉDITOS
ANALU

COMO SURGIU O MARACATU?

Algumas versões

1) O Historiador Leonardo Dantas Silva discorre sobre Maracatu Nação-“Na realidade,o que existia era o cortejo do rei,o cortejo do Rei do Congo,o cortejo do Rei de Angola,o cortejo do Rei de Cabinda.O maracatu na realidade era o ponto onde se realizavam os batuques. É como aquela história de forró: forró não é um gênero musical, mas o local onde as coisas acontecem.Gafieira não é 1 gênero musical,é o local onde as coisas acontecem,um baile popular.O forró é um baile popular e no baile tem xaxado,baião,tem xote.Então o maracatu era o local onde aconteciam os batuques dos negros,as reuniões de negros eram chamadas “maracatu”. Tanto é que a primeira notícia em que se fala[de maracatu]é sobre o Maracatu dos Coqueiros,não é uma agremiação,é o local onde se reuniam os negros.ex:A escrava [foragida] Catarina foi vista no Maracatu dos Coqueiros,freqüenta o Maracatu dos Coqueiros.
A[transição do Cortejo do Rei do Congo ao Maracatu]acontece a partir do momento que vem a abolição da escravatura,então a função do Rei do Congo desaparece, não tem razão de ser.O Rei do Congo era um auxiliar da autoridade policial, ele era autoridade intermediária entre o poder do estado e as nações africanas. Todas as nações deviam obediência ao Rei do Congo.Pouco antes da proclamação da república morre o último Rei do Congo da paróquia de Santo Antônio, que era Antônio de Oliveira.Quando ele morre não tem mais sucessor.Nesse momento, quem é que passa a ser o líder daquele grupo?O líder daquele grupo é o líder espiritual, então começa a liderança dos líderes do culto Nagô. Esses mantiveram o cortejo como uma forma de sair no carnaval. Quando o cortejo vinha às ruas com aquela percussão, que os jornais criticavam muito, eles chamavam maracatu,pois aquela percussão era semelhante [a outros batuques dos negros].Foi a imprensa que denominou o cortejo de “maracatu”.

FONTE:http://www.overmundo.com.br

2)Breve histórico sobre o Maracatu de Baque Virado Pernambucano

Por Aline Valentim

O maracatu é uma manifestação da cultura popular pernambucana que tem suas origens no séc. XVII. Neste momento foi criada a Instituição Mestra através da qual a Coroa Portuguesa ‘autorizava’ os negros, escravos ou libertos, a elegerem seus reis e rainhas. A cerimônia de coroação acontecia no dia de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos em frente as Igrejas, sendo presidida por um pároco indicado pela coroa. O maracatu era então designado como Nação, isso porque a escolha dos reis era feita de acordo com as diferentes etnias africanas trazidas ao Brasil.
Vale ressaltar que alguns pesquisadores identificam também outras manifestações populares como a Congada mineira e o Afoxé baiano como tendo sua origem relacionada á Instituição Mestra, também conhecida com Instituição do Rei do Congo, já que esta teria vigorado por todo o território nacional.
Apesar de todo vínculo com a tradição católica, o maracatu sempre foi e ainda é uma manifestação essencialmente negra, mas, assim como outras manifestações afro-brasileiras acabou se sincretizando em alguns aspectos para manter-se viva. E é, exatamente neste estado, que encontramos os maracatus de Recife hoje: vivos. Existindo e resistindo enquanto expressão cultural ao mesmo tempo tradicional e dinâmica, num constante processo de transformação.

Atualmente, o maracatu de nação ou de baque virado, como é conhecido em oposição ao maracatu de baque solto, é uma bela festa popular característica do carnaval pernambucano. Representação de uma corte real, ricamente paramentada com vestimentas ao estilo Luís XV, aonde se vêem muitos elementos de importante simbologia e singularidade visual como é o caso da calunga: boneca usualmente feita de cera e madeira que representa um importante ancestral da nação, sendo também associada á proteção espiritual. Esta boneca é carregada por uma importante figura da corte chamada ‘Dama-do-paço’.
Além dessas e do rei e rainha, existem ainda outros personagens importantes na corte como os príncipes e princesas, barões e baronesa, embaixador e embaixatriz… As catirinas, assim como os lanceiros, representam os vassalos que, com seu bailado, circulam a corte real, protegendo-a. Esses são alguns dos elementos mais tradicionais, além destes existem outros que vêm sendo introduzidos mais recentemente, como é o caso da ala que representa os orixás e da ala ‘afro’ que dança passos marcados.
Sendo assim, o cortejo de maracatu constitui-se em imponente espetáculo que envolve além de toda riqueza estética e simbólica, também uma intensa musicalidade através dos cânticos chamados de ‘toadas’ e da orquestra percussiva que executa diversos tipos de ‘baques’.
O maracatu de baque virado é um universo extremamente rico em termos estéticos, rítmicos, históricos e comunitários. Envolve dança, música, canto, alegria, ritual, e principalmente um enorme envolvimento emocional-comunitário.

Agumas das principais Nações de Maracatu do Recife:

Porto Rico
Estrela Brilhante
Leão Coroado
Cambinda Estrela
Elefante
Encanto da Alegria
Estrela Brilhante de Igarassú

TIPOS DE MARACATU 2

FORMAÇÃO
o Maracatu de Baque Virado ou Nação, tem como seguidores os devotos dos Cultos Afro-brasileiro da linha Nagô. A boneca usada nos cortejos chama-se Calunga, ela encarna a divindade dos orixás, recebendo em sua cabeça os axés e a veneração do grupo. A música vocal denomina-se toadas e inclui versos com procedência africana. Seu início e fim são determinados pelo som de um apito. O tirador de loas é o cantador das toadas, que os integrantes respondem ou repetem ao seu comando. O instrumental, cuja execução se denomina toque, é constituído pelo gonguê, tarol, caixa de guerra e zabumbas.
PERSONAGENS É formado pelas seguintes figuras: rei, rainha, dama-de-honra da rainha, dama-de-honra do rei, príncipe, princesa, ministro, embaixador, duque, duquesa, conde, condessa, vassalos, damas-de-paço (que portam as calungas durante o desfile do maracatu), porta-estandarte, escravo sustentando a umbrela ou pálio (chapéu-de-sol que protege o casal real e que esta sempre em movimento), figuras de animais, guarda-coroa, corneteiro, baliza, secretário, lanceiros, brasabundo (uma espécie de guarda costa do grupo), batuqueiros (percurssionistas), caboclos de pena e baianas.
MARACATUS DE BAQUE VIRADO OU NAÇÃO
Nação Elefante – fundado em 1800Nação Leão Coroado – fundado em 1863Nação Estrela Brilhante – fundado em 1910Nação Indiano – fundado em 1949Nação Porto Rico do Oriente – fundado em 1967
Estes são alguns Maracatus de Nação em plena atividade no carnaval de Pernambuco=.
NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS
É a reunião dos Maracatus de Tradição de Baque Virado ou Nação, em frente a Igreja do Terço, no Pátio do mesmo nome. A meia noite, a um sinal os tambores param, o silêncio por si só já reverencia o momento. E, de repente, se ouve uma voz lamuriosa tirar loas em louvor a rainha dos negros NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.
Em meio ao contagiante movimento das místicas figuras, o povo vai envolvendo-se nos passos marcados pelos tambores a atabaques. Esta tradição data mais de três séculos, tem em nossos dias o calor e as cores vivas de outrora.
A origem desse ritual se encontra encravado nos idos do período colonial. Distante da terra natal, os negros pediam a proteção de NOSSA SENHORA na tentativa desesperada de amenizar as dores do cativeiro cruel.
A cerimônia ritualística da NOITE DOS TAMBORES SILENCIOSOS sempre acontece na segunda-feira de carnaval, a partir das vinte e três horas, na Igreja do Pátio do Terço, no bairro de São José, no Recife.

MARACATU NAÇÃO PERNAMBUCO
Surge em Pernambuco uma nova geração de maracatu. Foi fundado no dia 15 de dezembro de 1989, numa festa organizada no Clube Vassourinhas de Olinda, com o objetivo de difundir o maracatu. O Nação Pernambuco é atualmente o grupo cultural de maior projeção no Estado. O Grupo gravou vários discos, os quais contendo apenas músicas de maracatu, sendo os únicos no mundo. Divulgam e resgatam a história da cultura pernambucana dentro e fora do Brasil.
Apresentam-se durante todo ano, no segundo domingo de cada mês, com grupos convidados, no Mercado Popular Eufrásio Barbosa no bairro do Varadouro na entrada da cidade de Olinda.

MARACATU DE BAQUE SOLTO OU RURAL

HISTÓRICO

Ao contrário dos Maracatus de Baque Virado ou Nação, que têm suas origens em cortejos de reis africanos, o Maracatu de Baque Solto, também chamado de Maracatu de Orquestra ou Rural, tem suas origens na segunda metade do século passado e deve ser uma transfiguração dos grupos chamados Cambindas (brincadeira masculina, homens travestidos de mulher). Os Maracatus de Baque Solto são uma espécie de fusão de elementos dos vários folguedos populares, que vêm às ruas das cidades próximas aos engenhos de açúcar como: Goiana, Nazaré da Mata, Carpina, Palmares, Timbaúba, Vicência, etc., durante o carnaval, com características e colorido próprio, garantindo sempre a presença nos carnavais do Recife. O cortejo do Maracatu de Baque Solto, diferencia-se primeiramente do maracatu tradicional, pela ausência do rei e da rainha.

FORMAÇÃO

Um ritmo rápido de chocalhos, percussão unissonora e acelerada do surdo, acompanhada da marcação do tarol, do ronco da cuíca, da batida cadenciada do gonguê, do barulho característico dos ganzás, um solo de trombone, e outros instrumentos de sopro que, juntos, dão ao conjunto características musicais próprias e bem diferenciadas dos maracatus tradicionais. O maracatu desfila num círculo compacto, tendo ao centro o estandarte, rodeado por baianas, damas-de-buquê com ramos de flores de goma, boneca (calunga) de pano ou plástico e caboclos de pena. Rodeando este primeiro círculo vem os caboclos de lança, que se encarregam de abrir espaço na multidão, com seus saltos e malabarismos, com as compridas lanças, como a proteger o grupo e as lanternas de papel celofane que, geralmente vem representando o símbolo da agremiação

PERSONAGEM PRINCIPAL

Com suas lanças de mais de dois metros de comprimento, feitas de madeira com uma ponta fina e uma enorme cabeleira de papel celofane cobrindo o chapéu-de-palha, o rosto tingido de urucum ou por outras tintas, lenço estampado cobrindo a testa, camisas e calças de chitão, meiões e sapatos de lona, o Caboclo de lança tem o destaque de sua indumentária na gola bordada e no surrão. A gola de sua fantasia, feita em tecido brilhante, de cores vivas, é totalmente rebordada com vidrilhos e lantejoulas. A gola representa o maior orgulho e a vaidade do caboclo de lança, sendo quase sempre confeccionado por sua companheira, durante.

Fontes:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Nação
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/5ritmos/marural.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracatu_Rural

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