Lá nos idos de 2003, numa tarde de sábado ele acendeu a primeira vela e pediu proteção para construir os tambores. Ele acreditava que assim estaríamos protegidos.
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Explicou com seu jeito de nego véio que o tambor era sagrado e que por ele deveríamos ter grande respeito.
Ficou 3 ou 4 meses e se foi. Na escola em que estamos sediados, a Alves Cruz, voltou alguns anos depois para concluir o ensino médio. Lá foi primeiro professor e depois aluno, um caso inédito, acho.
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Voltava a cada ano e meio ou dois, para uma visita. Sempre queria algo, as vezes uma ferramenta da oficina para trabalhar em um tambor que estava fazendo, as vezes uma conversa. Dizia sempre que vinha para recarregar as baterias.
Nos ensinou a fazer as alfaias e já fizemos mais de 100 tambores. Deu vida ao nosso Maracatu. Nos ensinou a dar as mãos.
É nosso padrinho, e de certa forma padrinho das mais de 10 mil pessoas que já passaram pelas atividades do Maracatu da Escola Alves Cruz.
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Hoje ele se foi. Foi pra Aruanda encantar.
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Nosso respeito ao mestre Daniel Reverendo.
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Tocaremos por você sempre negão.
A gente tá chorando, mas não é tristeza não viu. É gratidão, só gratidão.
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O velório será as 19h, hoje no espaço Cachuera!
Rua Monte Alegre, 1.094 – Perdizes – São Paulo
http://www.cachuera.org.br/cachuerav02/
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